05/03/2014

Um belo dia para morrer

   Estava eu, andando pela rua como sempre faço. Quando notei que as lojas estavam fechadas, isso em plena segunda feira. Olhei o relógio. Eram duas da tarde, o sol estava forte. "Deve ser alguma greve", pensei.
   Andei um pouco mais e notei que as ruas estavam vazias, não havia nem um animal, nada de passaros contando, nem moscas estressando o povo, "Estressando quem? Não tem ninguém aqui."
   "O que será que aconteceu? Será que o mundo ficou louco? Deuses! Será um pesadelo? Vou para casa! Quem sabe..."
   Ando pelas ruas, tudo está como sempre foi. A loja na esquina da Bourbon Street. A minha casa... Cadê minha casa? Onde ela estava, agora só tem um terreno baldio. Quem sabe se... Já sei o que devo fazer!
   Caminho amedrontado pela rua, logo tudo isso irá acabar, de um jeito, ou de outro.
   Me dirijo a um penhasco, uma queda de em média 51 metros. Com pedras pontiagudas cobertas por uma fina camada de água.
   É como se o penhasco me chamasse, como se as pedras estivessem me convencendo a saltar. Sinto medo... O medo que sinto é o que me torna humano, receio, mas o penhasco fala mais alto.
   Então eu pulo. Durante a queda, sinto o vento no meu rosto, lembranças vem em minha mente, imagens aleatórias, risos, lágrimas saem de meus olhos, sinto medo.
   E então, sinto as pedras chocando-se contra meu corpo, ouço a água, sinto a dor. E então...
   Tudo desaparece, a dor, as lágrimas, o que me resta é a escuridão e o medo. De repente... tudo some. Eu não ouço, não vejo, não sinto nada. Eu não existo mais. Não estou viva. Não sou nada, não sei o que sou, de repente... Tudo some... E sei, que estou morta.

...Giovana Campos Lopes... 

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